"Oi, tudo bem?"

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“Oi”. Uma conversa começa sempre com um “oi”. Seguindo de um dizer comum que traz a ilusão de que existe uma “importância” de saber a real resposta. Mas não. Não é importante. É só educação e todo mundo já sabe disso. Então nem vale a pena ser sincero, se sua resposta ser um “não”. Imaginário, espero. Orgulho e independência são coisas que caminham comigo desde sempre. Não quero depender de ninguém para nada, não quero que alguém se importe se minha resposta do “Oi, tudo bem?” for “Oi, não”. Meu orgulho é maior que o mundo. E eu sei disso. Não me importo.

Se estou feliz, quero que o resto se dane. Meu pensamento não deveria ser assim, mas fazer o quê. Já em casa aprendi essas coisas. Então é genética mesmo. Genética do mau-humor e orgulho. Orgulho pra caramba. Cara fechada. Sempre. Tomo meu café enquanto escrevo esse texto e percebo que todos ao meu redor me observam com uma cara de desgosto. Pobrezinhos... Mal sabem que não me importo. Quero só estar feliz, eu e meus livros sobre revoluções e de ficções científicas. Mentira, felicidade não é tão importante pra mim. os meus livros são. Sentou um homem ruivo com barba mal-feita nesta mesma mesa que eu, cinco minutos atrás. Disse "Oi, tudo bem?", e eu educadamente disse, - o que é raro - "Oi, tudo. E você?". Ainda não descobri a intenção desse cara aqui, mas percebi que ele gosta de café. Pediu um Mocca. Um dos meus preferidos. Começamos a conversar sobre livros e ele me contou que gosta de ler sobre revoluções. E ficção científica. Meus olhos brilharam. Um cara do nada, que veio e sentou na mesma mesa que eu. Meu mau-humor virou o contrário e eu tô aqui. Ele acabou de ir embora e seu nome era James. Me chamou pra sair amanhã lá pelas oito, em uma nova cafeteria. Se eu aceitei? Neste momento estou cancelando todos os meus compromissos de amanhã à noite.

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